quarta-feira, 6 de março de 2013

Pastor contrário à lei anti-homofobia é indicado para comissão na Câmara


O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi indicado pelo seu partido nesta terça-feira (5) para presidir a comissão de Direitos Humanos da Câmara durante o biênio 2013-2015. Feliciano, pastor da igreja Assembleia de Deus há nove anos, causou polêmica em 2011, quando
publicou em sua conta no twitter frases sobre africanos e sobre homossexuais.
"Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia escrito no twitter que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição".
Depois de ser indicado nesta terça para comandar a comissão, Feliciano declarou que se baseia na posição política de Martin Luther King, pastor norte-americano líder na luta pelos direitos dos negros e vencedor do prêmio Nobel da Paz.
“Me baseio muito na posição política de Martin Luther King, foi um herói, um mártir. E ele tem algo em comum comigo: ele também era pastor. A diferença é que ele viveu um outro século, de outras diferenças, de outras aspirações”, declarou.
O parlamentar afirmou também ser contra o projeto de lei que tramita no Senado em defesa da criminalização de atos de preconceito por orientação sexual.  Para ele, o projeto fere o seu direito de pensar e pode causar perseguição religiosa.
“Dentro do projeto há pontos obscuros. Um deles é que a pessoa não pode ser constrangida nem sofrer qualquer tipo de preconceito. Se um casal do mesmo sexo quiser casar na minha igreja e eu falar que não pode, que é a nossa ideologia, se a pessoa recorrer à polícia e considerar que foi constrangida, é crime inafiançável”, disse.
“O problema não é a comunidade gay. Eu tenho amigos que são e são pessoas completamente equilibradas. O problema são os ativistas. Eles fazem o que já fizeram comigo, que é tentar destruir a minha imagem e falar pra sociedade que você é uma coisa e que não é”, declarou.
Para o deputado, é necessário que a Comissão de Direitos Humanos não se limite à discussão de projetos para alguns grupos e minorias. Ele defendeu debate de temas como tráfico internacional de pessoas.
Felipe NériDo G1, em Brasília



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